Os funcionários do Metro de Lisboa têm de fazer as compras de Natal obviamente

Só isso justifica as sucessivas greves que temos vindo a assistir. Senão vejamos... quem afinal anda de Metro na grande maioria? É quem paga o passe certo? Se é quem paga o passe, quem é que acaba por realmente ser afectado pela greve? Simples... quem já desembolsou uns 50, 70 ou 100 euros pelos seus passes combinados e que tem de vir para Lisboa.

De tão normais que são estas greves, o Metro já deve ter desconto nos transportes "alternativos".

Os custos que o Metro teria para manter as linhas a funcionar, deve ser superior ao custo que é o de arranjar umas carreiras para "desenrascar" a malta. Os ganhos que o Metro teria, caso as linhas estivessem a funcionar, seriam mínimos considerando o número de pessoas que paga bilhete de manhã.

Ou seja... Assim de repente...

a) A empresa que gere o Metro já recebeu o bolo grande do dinheiro dos passes. Ou vai receber, quer opera ou não.

b) Não há custos com a manutenção das linhas... ou pelo menos estes são reduzidos. Logo provavelmente até terão mais lucro quando há greves...

c) Provavelmente até aproveitam para tratar de alguns problemas que haverão nas linhas e que durante o dia não podem ser resolvidos  (quando é à noite até devem ter de pagar sub. de turno... logo até as reparações devem ser mais baratas)

d) Não pagam o dia aos trabalhadores que fazem greve. Ou se pagam pelo menos poupam no sub. De Almoço

e) Podem dispensar os seguranças

f) Não é por isso que deixam de receber o aluguer do espaço das lojas que estão no Metro

g) Podia continuar por aqui fora....

Se seguir-mos este raciocínio, e sem querer estar a dizer de que realmente não há alguns lados negativos para o Metro, a realidade é que quem é mais prejudicado com isto são as pessoas que têm de ir trabalhar de manhã e que já pagaram o transporte, são as lojas que se encontram no Metro, são as empresas que vêm as pessoas a chegar meia hora ou mesmo mais de 1h mais tarde a empresa, com uma boa desculpa, e é quem não tendo outra alternativa tem de vir para o trabalho de carro.

Ganham os Taxistas, as gasolineiras, os psiquiatras (que devem ter bastantes pessoas a ligar com o stress bem lá em cima), e os funcionários do Metro que assim podem ir as compras de Natal mais descansados.

Penso que qualquer pessoa de bom senso, e dada a conjuntura actual do nosso País, diria que sería inteiramente justo exigir que pelo menos os serviços mínimos fossem garantidos. Serviços esses que tentassem minimizar os enormes prejuízos que as empresas, que nada têm a haver com os trabalhadores do Metro, sofrem assim como as pessoas que têm de apanhar por tabela a impossibilidade de usar um serviço pelo qual já pagaram. E muito bem pago.

Não estou a dizer que os funcionários do Metro, de outra qualquer empresa ou segmento, não possa fazer greve para defender os seus interesses. Mas não posso deixar de me colocar na posição de quem apanha por tabela sem ter nada a haver com o assunto. Alias sem querer ter mesmo nada a haver com o assunto, querendo apenas ser servido por já ter pago.

E até questiono seriamente os resultados práticos de tal forma de luta nos dias que correm. Se fosse algo eficaz... provavelmente uma ou duas chegavam não? Mas pelos vistos tem de ser à meia dúzia de cada vez. E mesmo assim...

Falo como outsider claro. Não sei os motivos que levam os funcionários do Metro a fazer tantas greves. De certo que terão as suas razões. Mas isso não muda o facto de que, quem acaba realmente prejudicado não é possivelmente quem tentam atingir. Enfim. Amanhã há mais.

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