O sádico e o masoquista

masoquista: bate-me
sádico: não!

Já sei o que estão a pensar. "Passou-se o rapaz coitado". Errado. Eu já nasci passado. E bem passado.

E era uma factura se faz favor…

Se eu recebe-se um cêntimo por cada vez que já tive de dizer isto...

Portugal é um país de hábitos. Senão vejamos… toda a gente se queixa que o IVA está alto, que os impostos estão a subir à descarada e que nada se resolve. E têm razão. A última subida do IVA para 21% é uma aberração. Mas depois há o outro lado da questão.


Os nossos hábitos acabam por fazer com que medidas destas tenham de ser tomadas, ou tidas como uma solução para resolver os problemas. Uns podem dizer que são problemas que o próprio estado criou. Não discordo em parte. Mas o discurso do desgraçado de que espera que o exemplo venha sempre de cima não me convence. Cada um deve e pode fazer melhor. E ainda por cima não custa nada.


Muitas vezes passo em cafés a caminho da empresa onde paro para tomar qualquer coisa. Não… não bebo uma mini logo de manhã. Como muitos destes cafés usam o sistema de pré-pagamento dão-nos uma venda a dinheiro com a qual depois outra senhora nos entrega as coisas. Isto quando nos dão a venda a dinheiro… às vezes é um talão de compra sem qq tipo de validade legal.


Até aqui tudo "mais ou menos" bem. O que me faz espécie é o hábito que têm, quando no-la dão inicialmente, em nos tirarem a dita, a amarrotarem e a colocarem num caixote de lixo. A maioria das pessoas nem pia. Afinal… para que querem um recibo de .55 cêntimos, ou 1.5 euros?

Claro que se pedisse-mos os recibos sempre, mesmo para estas coisas “pequenas”, no final do mês seria para cima dos 20 a 30 euros.


Obviamente não é só na restauração que isto acontece. Nos parqueamentos por exemplo, nos centros comerciais, temos de pedir recibo obrigatoriamente e rápidamente senão nem sai, assim como nas máquinas de venda automática dos transportes públicos, etc.


Então e o que dizer das máquinas de venda de comida ou bebidas em que recibo é coisa que não interessa para nada.


E podia continuar por aqui fora a referir um sem número de exemplos.

A pergunta obvia que qualquer pessoa com dois dedos de testa faz é... se não entregam recibo ou se as pessoas não pedem facturas... será que todas estas empresas são suficientemente honestas para declarar essas vendas e pagar o IVA das mesmas? Eu francamente não sei, e vou desde já partir do principio de que sim. Que o fazem. Alias é até melhor dizer isto mesmo antes que me façam uma espera à porta de casa.

Voltando ao lado sério da questão... eu já à muito que peço recibo / factura de tudo quanto pago sempre que ele está disponível salvo raras excepções. Penso que é o meu dever sendo até uma forma de defender-me de um mau serviço ou produto.


Para se ver a diferença entre Portugal e o resto da Europa, fui a uns tempos numa viagem à Áustria e arredores. Numa vila que agora me falha o nome a minha namorada na altura, esposa em breve, decide comprar uma recordação numa loja. Ela não tinha levado o recibo. Afinal para que precisa de um recibo de uma "souvenir"? A senhora que a atendeu naturalmente, pelo menos para os Austríacos, saiu a correr para lhe dar o recibo que se tinha esquecido. Eram para aí 5 ou 10 euros se tanto.


Pode até ser o caso de um exemplo pontual mas depois de uma conversa com a nossa guia fiquei a saber que por lá estas coisas são “normais”.


Assim como é normal, as comunidades, se juntarem para arranjarem os terrenos a volta das suas casas e até estradas. Isto porque alguém na comitiva comentou como estava tudo muito bem arranjado por todo o lado.


Enfim… realidades diferentes que só nos apercebe-mos quando tiramos as palas e deixar-mos de olhar só numa direcção.

Um spamming pa mim... um spamming pa ti... olé olé...

Ainda sou processado por roubar uma musica do nosso tempo para abordar este tema... mas prontos... acho que vale a pena.

Queria deixar aqui uma nota (noute em inglês) aos gaijos que andam a deixar atum por aqui. Por motivos de ordem analfabética deixo aqui a mensagem em Português e Inglês:

Em português : Pá... não me deixem spam se faz favor. Ok? Este blogue nem presta para nada... ninguém o vê... não vale o esforço... a sério... Obrigado.

Em inglês: Pliase donte liave spame one mai blogue. Okei? Dis bloque does not prestate fore niente... nobodi lukes ate ite.... doas nóte uorde de éforte... riali... Tanque íú.

A ver se agora já posso dormir (slipe) descançado.

“Desenrascando” é que nos “enrascamos”

O bom português é um “desenrascado”. Aliás é a nossa imagem de marca. Não acreditam? Vejam este link:

http://en.wikipedia.org/wiki/Desenrascan%C3%A7o

Resumindo é uma palavra que muitos atribuem aos Portugueses e ao que parece nós até nos orgulhamos de sermos bastante “desenrascados”. “Desenrascar” é a capacidade de resolver um problema sem as ferramentas ou o conhecimento necessários para o fazer.

Isto é algo que resulta bem em casos pontuais. Mas começa a ser aborrecido quando vemos pessoas a usar e a abusar desta técnica como ferramenta de trabalho normal. Se é que há alguma coisa de normal no trabalho dessa pessoa.

Para mim o “desenrasca” é um kit de emergência que deve ser usado apenas e só quando se justifica. Aliás eu defendo que quando alguém está a “desenrascar” deveria ser obrigado, por lei claro está, a colocar um capacete vermelho com uma luz de emergência na parte de cima do mesmo. E um colete reflector que previna a quem vem atrás.

Na minha área de trabalho (tecnologias de informação…) infelizmente há muitos “desenrascados”. Este é obviamente um termo técnico para quem recorre constantemente ao “desenrasca”. O termo técnico em relação a esses, usado por quem não “desenrasca” tanto, mas “enrasca-se” pelo “desenrasca”, é ”artista”.

Antes de continuar uma nota importante.

O termo técnico “artista” em tecnologias de informação usado aqui, não quer ser, de forma alguma, de conotação negativa às digníssimas profissões de artista que existem. É, isso sim, uma forma de realçar as capacidades teatrais, de mágico a tirar coelhos da cartola ou a esconder as cartas na manga.

Os ditos “artistas”, no sentido figurado claro, parecem normalmente ter uma pós-graduação em “desenrascar”. São os que mais percebem do assunto. Senão veja-mos…conseguem resolver problemas sem perceber qual é o problema sequer, e nem como resolveram. Se há pessoas que acham que a ignorância é uma bênção… aqui está um grande exemplo.

Normalmente são aqueles que com poucos ou nenhuns conhecimentos acerca de um determinado projecto consegue produzir mesmo assim mais que os seus colegas que percebem… e em menos tempo. “Magia” dirão uns… “fantástico” dirão outros… o “homem percebe mesmo disto” dirão os ignorantes…

Como eu sou dos que pensa que “Rápido”, “Bom” e “desenrascado” é algo que só mesmo sem querer se consegue fazer… “Ui…” diria eu.