João Gabriel critica colunistas de Record - E o Record responde torto

O contexto desta entrada é este artigo:

http://www.record.pt/noticia.asp?id=796594&idCanal=11

Ao ponto a que chegou o jornalismo em Portugal, em particular no que se refere à imprensa escrita ligada ao desporto!!

O que interessa é vender. Nem que para tal se tenha de cometer as maiores barbaridades. Criam-se títulos pomposos para depois a noticia ser uma coluna mal formatada dentro do jornal numa qq página esquecida. Pegam-se em expressões fora de contexto e traçam-se opiniões tendenciosas. Dá-se a palavra a cronistas que podem dizer o que bem lhes apetecer sem estarem obrigados às mesmas regras que um jornalista está, e publicam-se esses exercicios, de esticar a corda até onde der, nos jornais.

Regras básicas de bom jornalismo como validação da notícia, dar oportunidade das pessoas ou instituições visadas para fazerem o contraditório, confirmar factos... enfim... onde está o sensacionalismo disso?

O cronista exprime opiniões pessoais, algo que um jornalista não deve fazer. Um jornalista deve ser obrigatoriamente imparcial e relatar factos, não relatar factos apimentados pela sua própria opinião. Certo? Pois. Onde andam os jornalistas perguntam vss? Devem ser os estagiários. :)

Lá porque um cronista possa emitir as suas opiniões pessoais, isto não quer dizer que o possa fazer impunemente sem que para tal deva ser chamado à razão quando usa por base inverdades ou interpretações claramente duvidosas. No entanto, no entender do Director do jornal em causa, a declaração do João Gabriel foi de tal forma mal recebida que até foi entendida como tentativa de influência a esse mesmo director, quando o que é pedido é apenas que se tenha algum cuidado nos conteúdos que se publicam, com argumentos fundamentados. Basta ler os últimos parágrafos do tal artigo. Impressionante.

Eu já vinha a deixar de acreditar no profissionalismo do nosso jornalismo. É cada vez mais um jornalismo "cor-de-rosa", que tem por único objectivo rentabilizar o produto que vende ao máximo e lidar com as consequências mais tarde. Num país onde as fontes são "de confiança" mas sempre desconhecidas, usa-se e abusa-se do jornalismo sensacionalista para justificar o preço e a quantidade de jornais diários que existem. Os tachos que entretanto se arranjam aos cronistas acabam por ser a cereja no topo do bolo, aparentemente fora de prazo, que é a nossa imprensa.

Pelo que me parece compensa a quantidade em vez da qualidade, e ai de quem discordar de algum cronista. Não vá o sr. Director ficar zangado.

Felizmente existem as edições online. Ao menos não se gasta dinheiro para ler as barbaridades.

Sem comentários: